segunda-feira, 3 de setembro de 2012
quarta-feira, 25 de abril de 2012
Índice do livro "Bruxas"
Introdução, 19
Parte 1 Os povos celtas, 27
Capítulos
1 Origem das primeiras comunidades europeias, 31
2 Surgimento dos povos celtas, 35
3 Os gauleses – celtas da Gália, 40
4 Os Gálatas – celtas da Ásia, 43
5 Os Celtíberos – celtas da Península Ibérica, 45
6 Celtas na Alemanha, República Tcheca e Grécia, 47
7 Os celtas da Grã-Bretanha, 49
8 Os celtas da Escócia, 54
9 Os celtas do País de Gales, 58
10 Os celtas da Irlanda, 59
11 As tribos célticas mais conhecidas, 62
12 As sociedades matrilineares celtas, 66
13 A condição da mulher nas sociedades celtas até a romanização
e a posterior cristianização, 69
14 A condição da mulher nas sociedades celtas após a cristianização, 81
15 As casas das bruxas celtas, 85
16 Aparência física dos celtas, 96
17 Ritos célticos funerários, 101
18 Os monumentos de pedras, 106
Parte 2 Religião celta, 109
Capítulos
19 Religião e magia – conceitos, 112
20 Conceito medieval e moderno de “bruxa”, 113
21 O Outro Mundo, 115
22 Os deuses celtas, 126
23 Domínios célticos do Outro Mundo e sua conexão com a Natureza, 134
24 A antiga arte celta de contar histórias, 141
25 A música e a poesia encantadas do Faery, 145
26 Druidisas, bruxas celtas, seanachies e profetisas – a mulher como oficiante na religião celta, 147
27 Os druidas, 151
28 A história do tuatha dè Danann e seus quatro tesouros mágicos, 160
29 O calendário céltico, 163
30 Maldições célticas, 176
31 Juramentos célticos, 182
Parte 3 Introdução à prática da magia celta, 187
Capítulos
32 O poder dos rituais segundo Jung, 190
33 As iniciações na magia celta, 193
34 A Prece do Coração, 195
35 Nomes encantados, 196
36 Roupas da bruxa para rituais – a roupa encantada, 198
37 O livro encantado, 202
38 Os Espíritos Guardiões da Natureza, 204
39 Instrumentos básicos para a prática da magia celta, 208
Parte 4 Magia celta – rituais elementares, 209
Capítulos
40 Glannad ou purifi cação, 213
41 Ritual de meditação e conexão com as árvores, 217
42 Ritual de magnetização de talismãs/amuletos, 219
43 Os quatro tesouros na magia celta, 225
44 Ritual de consagração dos quatro tesouros, 242
45 Ritual de saudação dos guardiões das estações, 245
46 Os Espaços Sagrados celtas, 249
Parte 5 Magia celta – Draíocht, 267
Capítulos
47 Varinhas encantadas, 271
48 Glannad na Draíocht, 283
49 Ritual de invocação do Guardião Encantado, 284
50 Celebrações do calendário céltico, 288
51 Canção encantada do País das Fadas, 294
52 Encantamento para visitar o País das Fadas, 296
53 Ritual celta de proteção da criança, 299
54 Ritual celta de casamento, 305
55 Ritual celta de preparação para a desencarnação, 315
56 Criando uma barreira druídica de proteção — airbe drùad — para o lar e para seus moradores, 317
57 O Pote da Abundância e Prosperidade, 325
58 Encantamento para obter a dá sheallach ou segunda visão, 326
59 Pós encantados, 328
60 Encantamento para afastar inimigos, 331
61 Poções encantadas, 332
62 Feitiço para anular maldições, 337
63 Juramento das bruxas celtas, 340
Parte 6 As bruxas na história, 341
Capítulos
64 Igreja Católica – a instituição que fala em nome de Deus e Jesus mas usa os métodos do diabo, 344
65 Malleus Malefi carum – a obra que demonizou as mulheres, 347
66 O que a Igreja Católica Apostólica Romana usurpou e distorceu
da Religião Celta, 355
67 Bruxas e Jesus, 363
Parte 7 Ogam – O oráculo céltico das árvores, 365
68 Introdução ao Ogam, 368
69 Signifi cado das letras ogâmicas, 375
70 Métodos de leitura do Ogam, 416
Tabelas para consultas rápidas, 421
Bibliografia, 427
segunda-feira, 16 de abril de 2012
As bruxas celtas existiram?
(Trecho extraído da Introdução do livro "Bruxas")
A mitologia celta é povoada por bruxas e feiticeiras poderosas que podiam mudar sua própria forma e a das pessoas e transformá-las em animais ou objetos, eram videntes, previam o futuro, estavam sempre às voltas com o povo das fadas e outras criaturas encantadas, indo e vindo do Faery e do Outro Mundo.
Nos mitos também aparecem bruxos, embora com menor frequência, pois o mais comum é que a fi gura masculina represente papéis como de heróis-guerreiros, druidas e bardos. A mulher celta, por sua vez, não fica atrás e também exerce funções como as de rainha, guerreira, druidisa, barda, satirista e profetisa.
As bruxas das narrativas célticas antigas não necessariamente eram personagens más, apesar de existirem algumas que tinham especial vocação para a maldade, entretanto, nem sempre podiam ser consideradas essencialmente boas. Eram apenas mulheres dotadas de poderes “sobrenaturais” (para mim não existem poderes sobrenaturais, sendo antes poderes naturais dos quais todos os seres humanos são dotados, porém, algumas pessoas os desenvolvem mais que outras e aprendem a usá-los), portadoras do conhecimento ancestral da religião celta, conquanto estivessem ainda sujeitas às paixões humanas.
Há uma discussão acadêmica entre arqueólogos, historiadores, pesquisadores e professores acerca da veracidade das informações que constam dos mitos célticos. Para alguns, não passam de folclore ou lendas e não devem receber maior importância além da cultural.
Todavia, para outros estudiosos, os mitos preservaram histórias reais que ocorreram há milênios e que, passadas de geração a geração, ganharam componentes fantásticos e irreais. Mesmo assim, tais histórias não podem ser descartadas, devendo antes ser analisadas cuidadosamente, procurando-se deixar de lado os atributos fantasiosos sem desprezar as valiosas informações de ocorrências históricas entre os povos celtas antigos.
Em adoção a este segundo entendimento sobre os mitos célticos, se há tantos relatos sobre bruxas e feiticeiras celtas, deve existir um fundo de verdade, isto é, provavelmente no mundo céltico da antiguidade bruxas e feiticeiras foram mulheres de carne e osso que possuíam dons espirituais especiais e os usaram para o bem ou para o mal.
sexta-feira, 2 de março de 2012
Lady Mirian Black: Release do livro Bruxas
Lady Mirian Black: Release do livro Bruxas: Nesta obra, a autora mesclou com maestria a ciência e a magia, pois o rico conteúdo arqueológico e histórico e os estudos suplementares or...
quarta-feira, 15 de fevereiro de 2012
O Calendário Celta
“Quatro estações vamos
celebrar,
Duendes e fadas vêm nos
encantar,
Olhos bem abertos, boca
bem fechada,
Nunca entre no País das
Fadas.
No Samhain, não saia de
casa ao anoitecer,
No Beltaine, o fogo da
vida irá te aquecer,
No Imbolc, o amor
verdadeiro você pode encontrar,
No Lughnasad, abundância
e prosperidade você terá.”
(Canção das Quatro Estações – Katherine Black)*
O antigo
ano céltico era dividido em duas estações: a estação fria, em gaélico giamon, em irlandês gaimred e em galês (do País de Gales) gaeaf e a estação quente, em gaélico samon, em irlandês samrad e
em galês haf. Esta divisão era
aplicada em todo o mundo celta. Cada uma destas duas estações estava dividida
em duas metades, e cada uma delas, dividida mais uma vez em quatro dias e as
noites que os precediam, nas quais ocorriam as celebrações.
Os
celtas das ilhas e da Gália celebravam quatro datas sazonais, todas associadas
com o ano fazendário (de plantio e criação de animais). Eram os festivais dos
picos das quatro estações, chamados pelos celtas da Irlanda de Imbolc,
Beltaine, Lughnasad e Samhain. Celtas de outras regiões davam nomes diferentes
para estas celebrações. E havia, ainda, os celtas que celebravam oito festivais
anuais, que eram as entradas das estações, mais especificamente os solstícios e
os equinócios, além das quatro comemorações ditas acima.
Além destas
celebrações comuns a todos os celtas, existiam no mundo celta antigo os rituais
e festivais locais ou regionais comemorados por determinadas tribos célticas, a
incrementar e personalizar o calendário céltico.
Os
celtas dividiam os meses e “as noites”, pois não contavam os “dias” como
atualmente procedemos, mas sim “noites”. As noites e os meses eram divididos em
“bons” ou “auspiciosos”, chamados de mat,
em irlandês maith, em galês mad, ou “não bom” ou “desafortunado”,
cuja designação é anm,
considerando-se, ainda, que o calendário céltico possuía treze meses lunares e
ciclos de dezenove anos.
A Roda
Céltica do Ano harmonizou as estações com os ciclos lunares. A véspera do
Samhain, que no hemisfério norte corresponde à noite de 31 de outubro, era no
calendário celta a primeira noite do décimo primeiro mês. Entretanto, por
influência cristã, esse dia foi movido para se tornar o último do décimo mês do
calendário gregoriano que usamos até hoje.
Da mesma
forma, os celtas determinaram que as outras três celebrações teriam início na
primeira noite do segundo, quinto e oitavo meses do calendário céltico, os
quais conhecemos hoje como fevereiro, maio e agosto.
Outra
observação interessante é que os celtas fixaram o início do ano na metade
escura e fria do ano, pois entendiam que as trevas precediam a luz. Todo começo
é difícil e é preciso ter força e perseverança para prosperar. Se conseguissem
sobreviver ao frio do Outono/Inverno, alcançariam a bonança trazida pela
Primavera e Verão.
Imbolc
O
Imbolc é comemorado no hemisfério norte em 1º de fevereiro, mas no hemisfério
sul deve ser comemorado em 1º de agosto. É uma celebração de Inverno e marcava
no ano céltico o início da lactação das ovelhas, prenunciando o fim do Inverno.
A
partir do Imbolc, a luz começava a se sobressair em relação às trevas; os dias
tornavam-se mais longos até a Primavera, quando dia e noite se equilibravam, já
que durante o Inverno o período de luz solar era mais curto, amanhecia mais
tarde e escurecia mais cedo, e as noites eram longas e frias.
Porém,
mesmo sendo um período difícil para os celtas, era a época em que os casais
podiam ficar juntos em seus lares. Por isso, na antiga tradição dos celtas da
Irlanda, a época propícia para realizar casamentos ocorria entre a Twelfth Night ou “Décima-segunda Noite”,
que correspondia a 5 de janeiro, e Shrovetide,
ou seja, o início de março (veja o artigo sobre o Beltaine – edição de
outubro/11), ou seja, em pleno Inverno.
Isso
porque no final do Inverno e início da Primavera, os campos se tornavam
novamente férteis, oferecendo novas pastagens para o gado e oportunidade de
cultivo da terra. Os homens deixavam seus lares para conduzir o gado a estas
pastagens, que ficavam afastadas das comunidades, enquanto mulheres e crianças
cuidavam da terra.
Os
novos casais, que se uniam em janeiro, ou seja, logo no início do Inverno,
tinham até o início da Primavera para estarem juntos. Portanto, o Imbolc marca
um período de união, quando as trevas estão em plena força e toda a Natureza
está adormecida. Só havia uma chance de sobreviver, e era se unindo em seus
lares, diante do calor do fogo sagrado acendido no Samhain, contando apenas com
os alimentos que conseguiram estocar na Primavera e no início do Outono.
Nesta
época, era preciso tentar manter uma dieta razoavelmente saudável para não
adoecer. Por outro lado, a falta do leite e de frutas e vegetais frescos por
quase seis meses se traduzia em um período de privações, ao qual somente os
mais bem preparados poderiam sobreviver.
Estar
unido em família, ter o calor do fogo e do amor era a única chance que os clãs
tinham de sobreviverem ao rigoroso Inverno, que além das dificuldades físicas,
obrigava os celtas a enfrentarem o frio e a escuridão de suas próprias almas.
Quem passasse por esta prova renasceria com a Natureza na Primavera, mais
fortalecido e sábio.
A
deusa associada ao Imbolc é Brígida ou Brigite, uma feiticeira poderosa, filha
do deus Dagda. Peça a ela proteção e força para vencer as dificuldades, os desafios
que a vida lhe traz.
Lugnasad
Era
uma celebração mais agrária que pastoril, que ocorria no hemisfério norte em 1º
de agosto. No hemisfério sul, o Lughnasad deve ser comemorado em 1º de
fevereiro. Na Gália, esta celebração era chamada de Rivros (agosto) e na
Inglaterra, August ou Agosto. Lughnasad, Lugnasad (no irlandês clássico),
Lughnasa, era um ritual dedicado ao deus Lug ou Lugh. Os celtas da Gália deram
o nome de Lugos/Lugus para a cidade que os romanos chamaram de Lugdunum e hoje
é Lyon, na França.
Nos
contos irlandeses antigos consta que Lug estabeleceu esta celebração em honra a
sua mãe, Tailtiu at Brega, no Condado de Meath. As festividades incluíam
corridas de cavalos e combates de artes marciais. Logo esta celebração se
espalhou e os celtas da Escócia também a incluíram em seus calendários sob o
nome de Lunasduinn. Na Ilha de Man, passou a se chamar Laa Luanistyn.
No
período anglo-saxão, o 1º de Agosto tornou-se o Dia de Lammas na Escócia e na
Inglaterra, da palavra anglo-saxã hlafmaesse
(massa de pão ou pão em massa).
Esse
festival não tinha muita importância para os celtas que ocuparam o País de
Gales e a Cornualha, locais onde o nome não carregava qualquer eco do deus Lug,
pois chamavam esta celebração de Calan Awst (primeiro de agosto) e Morvah,
respectivamente.
Os
celtas celebravam o Lugnasad (pronuncia-se lúnasa), que era no meio do Verão,
para pedir aos deuses que garantissem suas colheitas. Este ritual antecedia as
primeiras colheitas, especialmente da cevada e do trigo. Quando a colheita da
cevada e do trigo já estivesse bem adiantada, significava que as batatas
estavam maturadas e poderiam ser também colhidas.
As
celebrações do Lugnasad envolviam além dos jogos, que muitas vezes eram até
violentos, que os participantes subissem morros e montanhas, alcançando assim o
sídh, onde estariam mais próximos das
divindades do céu, e podiam colher uvas-do-monte, que nesta época já estavam
maduras. O Lugnasad marcava, ainda, o início da época do acasalamento dos
rebanhos e seguindo o exemplo da Natureza, era um período de grande atividade
sexual entre os celtas.
O
foco deste ritual, apesar de estar ligado ao deus Lug, não era o próprio, mas
sim a deusa-mãe ou a Grande Mãe, qualquer que fosse o nome que cada tribo celta
lhe atribuísse. Era importante render honras à Grande Mãe, para terem certeza
de que suas colheitas seriam fartas e que suas provisões para os meses frios do
Outono/Inverno estariam asseguradas.
Não
se trata de um ritual para agradecimentos, pois os celtas entendiam que a
partir do momento em que fizessem sua parte que era trabalhar a terra e cuidar
bem dos animais e honrar os deuses, teriam o retorno certo que era a fartura e
a abundância em suas mesas.
Para
saber sobre o Samhain e o Beltaine, veja respectivamente as edições de
maio/2011 e outubro/2011 da revista UP Universos Paralelos.
A
deusa que há mim saúda a deusa ou o deus que há em você!
quinta-feira, 5 de janeiro de 2012
Talismãs - Parte 2 (final)
Nesta
segunda e última parte sobre talismãs/amuletos, apresentarei mais alguns
símbolos que poderão ser usados. Entretanto, surgiu uma pergunta bem pertinente
após o artigo anterior: “Como e porque os amuletos funcionam?”.
Como
escrevi anteriormente, o segredo para que um amuleto/talismã seja realmente
poderoso e eficiente está no símbolo
escolhido e na correta consagração, ou seja, na realização do ritual. Isto
equivale dizer que deve haver um símbolo, que pode ser escolhido por significar
algo para quem cria o talismã, mas não necessariamente, podendo ser escolhido
por chamar a atenção, pois os símbolos estão no inconsciente coletivo e, ao
mesmo tempo que são individuais, são universais. Assim, se um símbolo cujo
significado lhe é desconhecido chamar sua atenção, use-o, pois seu inconsciente
o reconheceu e precisa da energia que ele poderá lhe proporcionar.
Por
outro lado, o material escolhido para criar o talismã adquire importância se considerarmos
que os cristais naturais possuem a propriedade físico-química de armazenarem
energia. Este estudo científico está exposto mais adiante.
Sobre
os símbolos, reporto-me a Jung, cujas observações e estudos fornecem rico
material, bem oportuno ao presente artigo.
Os
símbolos arquetípicos segundo Jung (subtítulo)
Carl
Gustav Jung (26/07/1875 – 06/06/1961), foi um psiquiatra suíço fundador da
Psicologia Analítica ou Psicologia Junguiana. Em suas viagens à África, Índia e
diversas tribos norte-americas, Jung se interessou pelos rituais passando a
estudá-los. Concluiu que um ritual é realizado com um propósito, que pode ser
consciente ou inconsciente, cujas representações são baseadas em arquétipos,
expressando sua mensagem simbolicamente. Quando o praticante ou participante se
deixa envolver pelo ritual, os arquétipos o conduzem a uma significação, capaz
de proporcionar a transformação. Portanto, não é o ritual em si que efetua a
transformação, ele é apenas um veículo para que a mesma possa ocorrer.
Para Jung, os
símbolos possuem objetivos os quais, embora funcionando de uma maneira
definida, em geral são difíceis de verbalizar. Desta forma, expressam-se por
analogias. O processo simbólico é uma experiência de imagens e por imagens. Seu
desenvolvimento é compatível com a lei da enantiodromia, (princípio de que uma
dada posição eventualmente se desloca na direção de seu oposto) e dá provas da
existência de uma compensação em ação, isto é, de que a atitude da consciência está
sendo equilibrada por um movimento originado no inconsciente.
Jung escreveu: “Da
atividade do inconsciente emerge agora um novo conteúdo, constelado por tese e
antítese em igual medida e mantendo-se em relação compensatória com ambos. Portanto, forma o espaço intermédio em que
os opostos podem ser unidos”. Comparativamente, significa que ao se assumirmos
uma ou outra posição, apenas reafirmamos posições, mudamos de um lado para o
outro. Entretanto, o símbolo pode ajudar no sentido de não ser lógico e ter
natureza paradoxal. Ele representa o terceiro fator entre as nossas posições
opostas, fator este que não existe na lógica, mas fornece uma perspectiva a
partir da qual se pode fazer uma síntese dos elementos opostos. Quando confrontado
com essa perspectiva, o ego fica liberado para exercer uma reflexão, o que
conseqüentemente gera uma escolha, ou seja, uma saída, uma resposta, que muitas
vezes pode ser a solução do conflito, ou ao menos conduz a ela.
Os
símbolos são expressões pictóricas cativantes, são retratos indistintos,
metafóricos e enigmáticos da realidade psíquica. O conteúdo, isto é, o
significado dos símbolos, está longe de ser óbvio; em vez disso, é expresso em
termos únicos e individuais, e ao mesmo tempo participam de imagens universais.
Quando trabalhamos com os símbolos, eles podem ser reconhecidos como aspectos
daquelas imagens que controlam, ordenam e dão significado
às nossas vidas. Portanto, sua fonte pode ser buscada nos próprios arquétipos
que, por meio dos símbolos, encontram uma expressão mais plena.
Para
saber mais sobre a Psicanálise Junguiana acesse o Dicionário Crítico de Análise
Junguiana:
A
memória do retículo cristalino (subtítulo)
Quando
ministrei cursos sobre Terapia com Cristais, um dos livros que fundamentaram
estes cursos foi “A Linguagem Secreta das Pedras”, escrito pelo Prof. Don
Robins, químico e arqueólogo que na época, 1.988, integrava o corpo docente do
Instituto de Arqueologia de Londres.
O
estudo que ele realizou é bem extenso e consta da minha apostila. Entretanto,
basicamente comprovou empiricamente, ou
seja, cientificamente, que os cristais possuem a propriedade físico-química de
reterem e emanarem ou liberarem energias, o que explicaria, por exemplo, os
choques experimentados pelas pessoas nos círculos de pedras, assim como imagens
produzidas por determinados cristais, como os crânios de cristal e outras
pedras.
Para
maiores informações, disponibilizarei a apostila do curso para aquisição
através da loja da revista, a partir do mês de setembro, pois preciso
providenciar atualizações.
Os
cristais possuem um “coração pulsante”, pois energias são absorvidas e
armazenadas no que o professor chamou de “retículo cristalino”, sendo liberadas
quando estimuladas. Entretanto, observou-se que os cristais possuem, ainda, uma
outra propriedade: a de transmutar, modificar estas energias armazenadas. É um
estudo muito interessante, totalmente fundado em bases científicas, cujas
experiências e comprovações se deram em laboratórios, através de métodos
científicos ofertados pela Química e pela Física.
Daí
porque ao optarmos por desenharmos os símbolos nos cristais, ou prender a eles
os símbolos, estamos entregando ao cristal toda aquela carga arquetípica
contida naquele símbolo, imprimindo esta energia no cristal através do ritual
de consagração.
Nesta
mesma linha de raciocínio, utilizar argila para criar o talismã é outra opção,
pois argila é terra, formada por minerais assim como os cristais, assim como
nós (microcosmos) e assim como os Universos (macrocosmos).
Símbolos
célticos – Os quatro tesouros do thúata dé
Danann[1]
(subtítulo)
Na
mitologia celta, a lenda dos quatro tesouros do povo da deusa Dana ou Danu (thúata dé Danann) são contados em várias
histórias principalmente na Irlanda, mas também na Escócia e País de Gales. O
povo da deusa Dana partiu para a Irlanda, levando consigo quatro tesouros de
quatro cidades mágicas, localizadas no Outro Mundo.
Na
consagração, depois de acender as velas, converse em voz alta com a Grande Mãe,
deixando claro seu objetivo. A vibração da voz no ar gera energia, que será
absorvida pelo talismã impregnando-o, especialmente se for de cristal ou argila.
No caso do desenho feito a lápis, o grafite é um mineral condutor, que pode se
impregnar de energia e emaná-la.
Ademais,
a mera escolha do símbolo em si já impressiona o seu inconsciente, cuja
mensagem é que agora você passará a
receber toda a carga emocional e vibracional contida por aquela forma. Por isso
é importante realizar o ritual com vontade e fé, falando e mentalizando seu
objetivo. Ao contrário do que se imagina, o talismã não atrairá o resultado
para você, mas ao contrário, passará a guiá-lo intuitivamente em direção ao
objetivo.
São
os quatro tesouros:

Essa
pedra encantada chamada Fál ou Lia Fáil, veio da cidade de Fálias. Ela tinha o
poder de indicar o futuro rei, pois ‘chorava’ ao seu toque. A pedra da virtude
e do destino pode ser usada para o reequilíbrio sistêmico (cura), abrir os
canais sensitivos para a vidência e premonição através de oráculos ou para
aflorar alguma qualidade ou habilidade que se julga ser importante.
Faça
este talismã consagrando um cristal natural na Lua minguante, que poderá ser
usado como pingente ou na cabeceira de sua cama, sob o travesseiro, como achar
melhor. Limpe o cristal deixando-o na terra por três noites e energizando-o sob
o Sol. Na Lua minguante, ilumine o cristal durante três noites usando em cada
noite duas velas, uma roxa e outra preta, para aflorar dons de premonição e
vidência ou qualidades e potenciais. Para pedir cura, use uma vela branca e
outra preta por noite.

Esta
é a lança do deus Lug, pertencente ao thúata
dé Danann, cujo nome era Furiosa, pois era sedenta de sangue e quando
lançada em campo de batalha, aniquilava os inimigos. Ela foi trazida da cidade
de Gorias para garantir vitória.
Use
este talismã, que pode ser desde um desenho da lança até uma miniatura dela,
consagrando-o na Lua cheia para ter força, energia, motivação. Este amuleto é
especialmente indicado para quem está sofrendo de depressão ou desmotivação,
assim como para quem estiver passando por momentos difíceis que exigem
resistência física e mental. Consagre-a durante três noites, usando uma vela
vermelha por noite, novamente falando em voz alta seu intento.

O
caldeirão do deus Dagda foi trazido da cidade de Murias. Ele nunca esvaziava e
quem dele se alimentasse se sentiria satisfeito. Existem duas formas de
utilizar este símbolo. A primeira é consagrar um caldeirão de ferro para que
possa colocar dentro dele os seus pedidos de prosperidade amarrados numa vela
ou queimando-os com álcool. A segunda forma é desenhar o caldeirão, escrever
resumidamente dentro dele seu objetivo e envolver o desenho com fita dourada,
como explicado no amuleto 3 do artigo da revista de julho, ou enrolando o desenho
num citrino para ser usado na bolsa, bolso ou como pingente, como no talismã 2.
Este talismã abrirá os canais intuitivos para a percepção dos caminhos a
percorrer para obter prosperidade material e espiritual.
Prosperidade
e abundância materiais podem ser traduzidas em crescimento e sucesso
profissional, melhora e estabilização da condição financeira. Já prosperidade e
abundância espirituais são representadas por amizades sinceras, o amor daqueles
à sua volta, momentos felizes. Para mim, estes são os verdadeiros tesouros que
chamo de tesouros da alma, os quais são nossas verdadeiras conquistas e posses,
acompanhando-nos inclusive no Outro Mundo. A consagração deverá ser feita com
uma vela amarela e outra verde, durante três noites de Lua crescente. No caso
do caldeirão de ferro, acenda as velas dentro dele.

Esta
espada encantada, pertencente ao deus Nuadu ou Nuada, oriunda de Findias,
protegia seu portador contra todo o mal, especialmente durante as batalhas, e
como a lança de Lug, não deixava que o inimigo escapasse.
Use
este amuleto, desenhado ou em miniatura, para abrir os caminhos, encontrar
soluções quando a situação estiver confusa e você não conseguir visualizar a
saída ou solução. Este talismã também pode ser usado como proteção contra
energias negativas, desequilíbrios sistêmicos (vulgo doenças), para que quem o
usar seja intuído sobre o melhor caminho a seguir, sobre os perigos que o
espreitam ou sobre os comportamentos e atitudes mentais e emocionais que podem
levá-lo ao desequilíbrio sistêmico. Se o seu sistema já estiver comprometido,
use este talismã para descobrir como se equilibrar e se restabelecer.
Consagre-o na Lua nova, com três velas azuis.
Símbolos
xamânicos

Aparentemente,
o apanhador de sonhos, entre nós chamado de ‘filtro dos sonhos’, foi criado
pela tribo norte-americana Ojibway, Ojibwa ou Ojibwe, mas esta informação é
incerta. De qualquer modo, foi adotado por praticamente todas as outras nações
indígenas e tornou-se conhecido pelos brancos por volta dos anos 60/70, nos
Estados Unidos.
Conta
a lenda que o dream catcher ou
“apanhador de sonhos” foi criado por Iktomi, ou a aranha, que também teceu toda
a teia da vida. Ela entregou-o a um chefe Ojibway que estava meditando no topo
de uma montanha, pedindo ao Grande Espírito auxílio para interpretar uma visão
que teve em sonho.
Os
índios Ojibway acreditavam que quando a noite caía, sonhos e energias emergiam,
impregnando todo o ar. Alguns sonhos, mesmo que fossem pesadelos, eram enviados
às pessoas pelo Grande Espírito para dar-lhes alguma mensagem. Entretanto,
existiam sonhos maus e energias negativas que não vinham do Grande Espírito e
simplesmente flutuavam no ar, podendo entrar na mente das pessoas.
Para
esses sonhos e energias negativas havia o apanhador de sonhos, que os prendia
em sua teia, protegendo quem dormia. Na manhã seguinte, esses sonhos e energias
negativas eram dissipados pelos primeiros raios solares. Por outro lado, os
sonhos enviados pelo Grande Espírito passariam pelo buraco deixado no centro do
apanhador de sonhos, deslizando gentilmente pelas penas penduradas até a mente
do destinatário da mensagem.
Para
os bebês, os Ojibway faziam os apanhadores de sonhos de salgueiro. Com o tempo,
o aro se partia, demonstrando que a criança estava crescendo e que outro
apanhador de sonhos maior deveria ser feito.
Outra
história sobre o apanhador de sonhos conta que duas tribos indígenas estavam em
guerra e as crianças não conseguiam dormir, pois estavam tendo muitos pesadelos
porque o ar estava impregnado de energias negativas. Então, o Grande Espírito
enviou uma visão ao xamã da tribo, mandando fazer um círculo com um galho e
pendurar numa árvore. Feito isto, uma aranha começou a fiar dentro do círculo,
criando uma linda teia. O xamã colocou o objeto dentro da tenda das crianças,
elas se acalmaram e conseguiram dormir bem. Pouco tempo depois as tribos
fizeram as pazes. A partir daí o apanhador de sonhos passou a ser usado para
proteger as pessoas enquanto dormem.
O
apanhador de sonhos pode ser feito por você. Faça o aro com um galho de madeira
que possa ser dobrado. Os apanhadores de sonhos podem ser usados no ambiente ou
como colares, brincos e pulseiras, pois os xamãs também os usavam assim. As
penas são parte importante do apanhador de sonhos, portanto, coloque no seu
apanhador de sonhos ao menos três penas, preferencialmente que caíram de algum
pássaro.
Só
de fazer o seu apanhador de sonhos, você já estará impregnando-o com sua
energia. Entretanto, se comprá-lo, limpe-o com incenso e consagre-o seguindo
sua intuição.
Outros
símbolos (subtítulo)
Existem
muitos outros símbolos que podem ser usados para a criação de talismãs como os
animais xamânicos (dos índios ou dos celtas), as letras Ogam (alfabeto e
oráculo celta – ver no livro Bruxas, em breve) e Runas (alfabeto e oráculo
viking), os símbolos ciganos, radiônicos, cabalísticos, do Tarot, os quais
abordarei na respectiva seção, etc.
O
mais importante é a sua fé e a compreensão do poder contido nos arquétipos e
símbolos, tornando seus talismãs e amuletos verdadeiros agentes da
transformação rumo aos seus objetivos.
A
deusa que há mim saúda a deusa ou o deus que há em você!
[1]
Imagens extraídas da obra “Ogam – The Celtic Oracle of the Trees”, Paul Rhys
Mountfort, Ed. Destiny, EUA, 2002.
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