Pintura de Hans Bol (1534 - 1593),
Há outro mito que consta no Livro de Fénius, no início do Auraicept, sobre a invenção da língua irlandesa e do Ogam. Esse mito está exposto no meu livro "TRATADO DE OGAM - A MAGIA CELTA REVELADA - Volume 1 Oráculo Ogam".
"Fénius Farsaid era um
homem culto e letrado em três línguas principais – latim, grego e hebraico.
Viajou da Cítia
para a Planície do Sinar com Goídel
mac Ethéoir, Íar mac Nema e
uma comitiva de setenta e dois homens, cujo objetivo era estudar as línguas que
se misturaram na Torre de Nimrod, a
qual estudiosos acreditam ser a Torre de Babel.
Descobriu que as línguas
haviam se dispersado pelo mundo, e
enviou seus estudiosos para investigá-las, permanecendo na torre. Ao
completarem seus estudos, os estudiosos retornaram após dez anos e solicitaram que Fénius selecionasse para eles dentre
todas as línguas do mundo, uma que
ninguém conhecesse a não ser eles.
Segundo o Auraicept, Fénius
concordou e criou
não uma, mas cinco Bérla tóbaide ou teipide, isto é “Línguas
Seletas”:
1) Língua Irlandesa: Fénius intitulou-a godélica ou gaélica, em homenagem a Goídel;
2) Íarmberla: segundo McManus, designava palavras em irlandês não acentuadas
e foi criada por Fénius em homenagem a Íar;
3)
Bérla
n-etarscartha ou Língua Partida: usada para fins de
estudos etmológicos na qual os
elementos de uma palavra são separados para serem devidamente explicados;
4)
Bérla
Féne: segundo McManus, era uma língua profissional, mais
especificamente a Língua dos Juristas, e foi criada em homenagem a si próprio,
embora no Auraicept conste como “Língua Usual”, aquela que servia para todos;
5)
Bérla
Fortchide: segundo McManus
era Bérla na filed ou Língua Obscura,
usada para uma forma oculta de linguagem poética, sendo fortchide “a grande escuridão” ou “obscuridade da poesia” conforme
o Auraicept.
Essas cinco
línguas seletas foram
criadas juntamente com o Beithe-Luis-Fern, como é chamado o Ogam, isto é, com as
vinte letras originais, acrescentando-se mais cinco posteriormente para
acomodar sons estrangeiros.
Todo o som para o qual um
sinal não foi encontrado em outros alfabetos, sinais foram encontrados para
eles no Beithe-Luis-Fern.
Dentre todos os estudiosos
da Torre de Nimrod, havia vinte e cinco que eram os mais nobres e seus nomes
foram dados às vogais e consoantes do Ogam, ou seja, segundo esse mito, os
nomes das Ogams são os nomes dos vinte e cinco estudiosos mais nobres da Torre
de Nimrod.
São esses os dois mitos
conhecidos acerca da origem mitológica do Ogam."